SERMÃO SOBRE A CARIDADE
“Budddha, o Abençoado, disse:
O homem caridoso é amado por todos. A sua amizade é de grande apreço; na morte o seu coração está em paz e cheio de alegria, porque ele não sofre de arrependimento. Ele recebe a flor aberta da sua recompensa e o fruto amadurecido.
Difícil é entender: ao darmos a nossa comida ficamos mais fortalecidos, dando roupa a outros ficamos mais bonitos, doando asilos de pureza e verdade adquirimos grandes riquezas.
A caridade tem um tempo apropriado e um modo peculiar, tal como o guerreiro que vai para a guerra, assim é o homem que é capaz de dar. Ele é como um guerreiro preparado, um condestável forte e sábio em ação.
Amoroso e compassivo, ele dá com cortesia e afasta todo o ódio, inveja e ira.
O homem caridoso encontrou o caminho para a salvação. Ele é como o homem que planta um rebento, assegurando assim a sombra, as flores e os frutos nos anos vindouros. Assim é igualmente o resultado da caridade, assim é a alegria daquele que ajuda os que necessitam de assistência; assim é também o grande Nirvana.
Atingimos o caminho imortal apenas pelos atos contínuos de bondade e aperfeiçoamos as nossas almas pela compaixão e caridade.”
- Evangelho de Buda, compilado por Paul Carus, editora Ésquilo, Lisboa, 2007, páginas 75 e 76,
(*) Paul Carus (1852-1919) filósofo e orientalista, Universidade de Tubingen, Alemanha, um dos precursores da Budologia (Teologia Budista) no Ocidente.
- O livro em questão foi adotado em escolas do Japão, Sri Lanka; nos EEUU já vendeu mais de 3 milhões de exemplares.