Licença, novidade editorial: observo de
longa data que o Espiritismo no Brasil é mais religioso, mais devocional que o
então nascente Espiritismo europeu nos idos de Kardec. Falo com todo respeito
aos que discordam.
No Velho Continente a mensagem espírita
era mais acadêmica, filosófica, pedagógica e até com um viés de esquerda.
Repito, respeito os brasileiros que não querem saber desta fase, mas contra os
fatos não há argumentos.
Por exemplo, naquela época, “o
espiritismo catalão foi estreitamente ligado ao anarquismo”. A informação está
na página 33, do recém lançado “O Espiritismo - uma nova Filosofia”, de Maurice
Lachatre, escritor, livreiro e editor, grande amigo de Allan Kardec.
Lachatre é hoje nome de rua na Franca e
foi o primeiro editor de O Capital, do então desconhecido Karl Marx. Militante
anarquista viveu a Comuna de Paris. E no final de maio de 1871, quando 20 mil
“communards” foram mortos e outros 36 mil feito prisioneiros, Lachatre
conseguiu milagrosamente escapar, só voltando ao seu país com a anistia aos
comunistas.
Ele e outros de sua geração
identificaram no pensamento de Kardec a união espiritual e política em seu
jornal “A Renovação Religiosa” editado no exílio, na Bélgica. Lachatre viu no
Cristianismo Espírita “a mais importante revolução religiosa do século”.
Parece que Gramsci andou lendo Maurice,
pois falou algo parecido: “O Cristianismo é a única Revolução que vem dando
certo há 2 mil anos”.
Desculpem a resenha longa, mas uma vez
eu falei aqui no livro “Espiritismo e Socialismo”, de Leon Denis, outro amigo
de Kardec e criou uma polêmica...
Só para encerrar, o jornal L´Humanité, fundado
em 1904, outro amigo de Kardec, Jean Jaurès; em 1920 tornou-se órgão oficial do
Partido Comunista Francês.
Como dizem os Espíritos de Luz: “Espíritas
! Amai-vos e Instruí-vos”.
Na página 45 o livro reproduz uma conversa de Lachatre com Kardec, onde falam de hindus, budistas, gauleses, druidas...
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