Sundari Paribbajika
É o título da estrofe
306 do Dhammapada, capítulo XXII, edição espanhola, ver especificação na
postagem abaixo.
Sundariparibbajika era
uma asceta andarilha, não-budista. Certa feita alguns maus elementos combinaram
com ela de armar uma calúnia para Sidarta Gautama, o Buda. Ela concordou.
Belo dia, Sundari apareceu
no povoado com roupas sensuais, bem maquiada e perfumada. Por onde passava
dizia que ia ficar a noite com o Buda. Depois de inventar o boato, escondeu-se
até o dia seguinte.
A notícia se espalhou,
chegou aos ouvidos do Mestre e, Sidarta proferiu o seguinte ensinamento:
“Quem diz o que não é
certo, baixa pelo caminho do inferno. Como também quem diz que não fez – como
sabe perfeitamente – o que fez. Ao final, os dois hão de sofrer, porque
faltaram com a verdade”.
No outro dia
Paribbajika apareceu contando a mentira. Mais uma vez todo mundo ficou
comentando e fofocando.
Então os maus
elementos levaram a asceta para um matagal e a assassinaram. Com o sumiço da
mulher, todos no lugarejo ficaram procurando até que encontraram o seu corpo.
Mais uma calúnia
inventaram: que os discípulos de Buda tinham matado a andarilha.
O escândalo chegou aos
ouvidos do rei, que mandou os soldados investigarem a verdade, inocentando o
Senhor Buda.
O ensinamento serve
para qualquer tipo de inverdade. Não devemos, jamais, incorrer em inverdades,
mesmo as dissimuladas, forjadas, sob qualquer pretexto.
Nós, os mentirosos
As grandes religiões
recomendam não mentir.
Com o Budismo não é
diferente, em “O Darmapada – a Doutrina Budista em Versos”, L&PM Editores,
2009, página 105, palavras atribuídas ao Buda, Ele diz:
“Aquele que mente
cairá no inferno.
E o que tendo feito,
afirma “Isso não fiz”.
Esses dois seres,
homens de ações malévolas,
Uma vez mortos, no
além se igualarão”.
A boa notícia com
relação à estrofe acima (primeira do capítulo XXII) é que no Budismo, o inferno
é temporário. Após cumprir a pena, como se fosse em uma prisão o Espírito
volta, renasce, alguns chamam de reencarnação.
Contudo, parece que
todo ser humano, pelo menos uma vez na vida mente, já mentiu ou mentirá.
Então, só um belo dia,
quando ele ou ela decidirem que não vão mais mentir é que começa a libertação
da roda dos renascimentos, a roda do Samsara, a roda deste mundo.
E por que toda esta
recomendação para não mentir ? É que a energia da mentira é muito negativa e
atrai outras mentiras, outras negatividades.
Mahatma Gandhi que
sabia disto falava em Satyagraha – a Força da Verdade. A Energia (ou força) da
Verdade é muito melhor.
Pode-se,
filosoficamente, questionar o que é verdade, o que é a verdade e surgirem
diversas interpretações. Podemos então escrever assim: a Força da Realidade, a
Força do Real.
Mentiras... e os seus
sinônimos não são Energias boas, produtivas, construtivas.
A sabedoria popular
têm diversos ditados sobre o parágrafo acima, tipo: “mentira tem pernas curtas”
ou “doa a quem doer, mas a verdade tem que ser dita”.
Uma forma de começar a
libertar-se do Samsara é pedir desculpas, perdão, assumir o erro, assumir o
equívoco, assumir a inverdade, assumir a omissão e não repetir mais a Energia
malsã.
Recomenda-se, conforme
cada um acredita: um banho de descarrego, passes, preces, orações, meditações,
fazer caridade, ler livros sagrados e similares.
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