quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Dhammapada e a Verdade






Sundari Paribbajika

É o título da estrofe 306 do Dhammapada, capítulo XXII, edição espanhola, ver especificação na postagem abaixo.

Sundariparibbajika era uma asceta andarilha, não-budista. Certa feita alguns maus elementos combinaram com ela de armar uma calúnia para Sidarta Gautama, o Buda. Ela concordou.

Belo dia, Sundari apareceu no povoado com roupas sensuais, bem maquiada e perfumada. Por onde passava dizia que ia ficar a noite com o Buda. Depois de inventar o boato, escondeu-se até o dia seguinte.

A notícia se espalhou, chegou aos ouvidos do Mestre e, Sidarta proferiu o seguinte ensinamento:

“Quem diz o que não é certo, baixa pelo caminho do inferno. Como também quem diz que não fez – como sabe perfeitamente – o que fez. Ao final, os dois hão de sofrer, porque faltaram com a verdade”.

No outro dia Paribbajika apareceu contando a mentira. Mais uma vez todo mundo ficou comentando e fofocando.

Então os maus elementos levaram a asceta para um matagal e a assassinaram. Com o sumiço da mulher, todos no lugarejo ficaram procurando até que encontraram o seu corpo.

Mais uma calúnia inventaram: que os discípulos de Buda tinham matado a andarilha.

O escândalo chegou aos ouvidos do rei, que mandou os soldados investigarem a verdade, inocentando o Senhor Buda.

O ensinamento serve para qualquer tipo de inverdade. Não devemos, jamais, incorrer em inverdades, mesmo as dissimuladas, forjadas, sob qualquer pretexto.

Nós, os mentirosos

As grandes religiões recomendam não mentir.

Com o Budismo não é diferente, em “O Darmapada – a Doutrina Budista em Versos”, L&PM Editores, 2009, página 105, palavras atribuídas ao Buda, Ele diz:

“Aquele que mente cairá no inferno.
E o que tendo feito, afirma “Isso não fiz”.
Esses dois seres, homens de ações malévolas,
Uma vez mortos, no além se igualarão”.

A boa notícia com relação à estrofe acima (primeira do capítulo XXII) é que no Budismo, o inferno é temporário. Após cumprir a pena, como se fosse em uma prisão o Espírito volta, renasce, alguns chamam de reencarnação.

Contudo, parece que todo ser humano, pelo menos uma vez na vida mente, já mentiu ou mentirá.

Então, só um belo dia, quando ele ou ela decidirem que não vão mais mentir é que começa a libertação da roda dos renascimentos, a roda do Samsara, a roda deste mundo.

E por que toda esta recomendação para não mentir ? É que a energia da mentira é muito negativa e atrai outras mentiras, outras negatividades.

Mahatma Gandhi que sabia disto falava em Satyagraha – a Força da Verdade. A Energia (ou força) da Verdade é muito melhor.

Pode-se, filosoficamente, questionar o que é verdade, o que é a verdade e surgirem diversas interpretações. Podemos então escrever assim: a Força da Realidade, a Força do Real.

Mentiras... e os seus sinônimos não são Energias boas, produtivas, construtivas.

A sabedoria popular têm diversos ditados sobre o parágrafo acima, tipo: “mentira tem pernas curtas” ou “doa a quem doer, mas a verdade tem que ser dita”.

Uma forma de começar a libertar-se do Samsara é pedir desculpas, perdão, assumir o erro, assumir o equívoco, assumir a inverdade, assumir a omissão e não repetir mais a Energia malsã.

Recomenda-se, conforme cada um acredita: um banho de descarrego, passes, preces, orações, meditações, fazer caridade, ler livros sagrados e similares.










 





Nenhum comentário:

Postar um comentário